A heteronomia impede o esclarecimento!
Os textos de kant são vistos como textos difíceis, mas o texto o que é esclarecimento é destinado a todos independente do grau intelectivo. Sendo assim, não é um texto restrito aos estudantes de filosofia. O que é esclarecimento é o texto mais fácil de ser lido escrito por Emanuel Kant. Claro, que para entendê-lo bem, basta então saber qual é o propósito da filosofia deste filósofo do século XVIII.
Os textos de kant são vistos como textos difíceis, mas o texto o que é esclarecimento é destinado a todos independente do grau intelectivo. Sendo assim, não é um texto restrito aos estudantes de filosofia. O que é esclarecimento é o texto mais fácil de ser lido escrito por Emanuel Kant. Claro, que para entendê-lo bem, basta então saber qual é o propósito da filosofia deste filósofo do século XVIII.
No seu livro A Crítica da Razão Pura ele afirma que o filósofo não é o
artista da razão, mas é
aquele legisla a razão. Não se trata de uma
questão dogmática, ele quis dizer que um dos papeis da filosofia é refletir
sobre a própria reflexão, mas que esta reflexão participe de um uso público,
onde todos possam participar, criticar, dar suas opiniões, todavia, o uso
público da razão tem como objetivo àqueles que participam e interagem com a
abordagem filosófica, com a finalidade de dar um refinamento à razão, um
aprimoramento ao conhecimento filosófico. Vejamos o que pode ser entendido por uso público da razão dito por Kant.
Uso Público da Razão
O que é para Kant esclarecimento?
É a saída da menoridade para maioridade. É quando a humanidade começa a entrar
na maioridade. Na menoridade o indivíduo
se encontra sob a heteronomia (hetero=outro
e nomos = lei) seria dizer estar sob
a lei, sobre o comando do outro ou de outros. Já o da maioridade se encontra numa situação
oposta ao da heteronomia. O maior se encontra na situação autonomia. É aquele que se nomeia. É aquele que diz para si mesmo o que certo ou
errado. Segundo Kant a humanidade vive
numa situação de heteronomia. As pessoas
não decidem o que é certo e o que é errado. Quem decide por elas são as lideranças a que elas se submetem. A maioridade em Kant é quando se começa fazer uso publico da razão. Quando
o ser humano começa decidir o que é certo e o que é errado, o que fazer e o que
não fazer, quando se começa a pensar por si mesmo. Vale aqui ressaltar que não se trata de uma
questão individualista, já que se trata do uso público da razão. É usar o entendimento
e expor, discutir, debater. É uma razão republicana (res = coisa - publicana = publicanus), trata-se da coisa pública, sem negar os ensinos religiosos, não trata de negar o Estado, trata-se de aceitar
essas coisas se estiverem de conformidade com aquilo que se pensa. A razão tem
que ser fiel a ela mesma. Só se deve ser aceito ou não após passar por um
processo de crítica. Para Kant tudo tem que passar pelo tribunal da razão. É como
se a razão fosse um juiz que após o julgamento tem a causa a aprovada ou não. A partir
daí a razão obedece. Isso significa ser maior de idade. Isso é o esclarecimento que foi
alcançado.
Razão monárquica
Para Kant a coisa mais contrária à
dignidade humana é a razão monárquica. É aquela que impõe o indivíduo a obedecer
sem questionar. Tudo tem que se engolido sem analisar. Quem está por trás
dessa razão monárquica são lideres religiosos, políticos que se dizem saber de
tudo, serem pessoas esclarecidas. Se por acaso, alguém, venha se opor, duvidar desses
possuidores da razão monárquica, estes dirão que há forças contrárias, que há algum
movimento a fim de contradizer as afirmações da razão monárquica. A finalidade da razão monárquica é manter o indivíduo sob a heteronomia, tirando do
individuo a sua dignidade. Kant afirmou que as maiores tiranias usadas por
esses “monárquicos” se encontram na esfera religiosa, impedindo o ser humano a
capacidade de pensar por si próprio. Vejamos
a crítica que Kant faz no que ele disse:
“É tão
cômodo ser menor (...) não tenho necessidade pensar, quando simplesmente posso
pagar.”
Kant afirmou que a covardia faz as pessoas serem imbecilizadas por não se oporem aos seus tutores
espirituais, por também não terem coragem de contrapor as suas autoridades. Outra coisa associada a covardia, diz ele é a preguiça. É no comodismo de se pagar alguém para pensar que
a sociedade vive a imbecilidade coletiva gerada pelo princípio heterônomo.
Kant faz uso da frase do filósofo romano, chamado Horácio: Sapere Aude” ou seja, tenha
coragem de pensar por si mesmo, com a finidade de evidenciar o lema do esclarecimento, do iluminismo. Ouse saber!
Não existe
pessoas reveladas, todos somos iguais em direitos e em dignidades. Ninguém pode
impor nada a ninguém sem que passe pela crítica. Vejamos mais um trecho de Kant:
“Depois de terem
primeiramente (seus tutores) embrutecido seu gado doméstico
E terem preservado cuidadosamente estas
tranquilas criaturas
a fim de não
ousarem dar um passo fora do carrinho
para aprender a
andar...”
Acontece com todos os seres humanos
ao aprender a andar, tiveram algumas quedas, mas depois os seus passos adquiriram autonomia e passaram a andar sozinhas. Ninguém deve se tornar um gado que é
conduzido por suas lideranças que impõe o que elas querem. Uma coisa é
discutir, fazer a crítica e tudo isso no campo da razão e a outra coisa é se
livrar das imposições por quem quer que seja.
“O oficial diz:
não raciocineis, mas exercitai-vos!
O financista exclama: Não raciocineis, mas
pagai!
O sacerdote diz:
Não racioneis, mas crede!
Eis aqui por toda a parte a limitação da
liberdade.”
Por todos os lugares há quem queira manipular a razão,
manipular o entendimento humano para que não se pense. A manutenção da heteronomia favorece a muitos,
principalmente os líderes da política,
quanto os da mística, ao compararem alguns imbecis coletivos como um gado
obediente a ser conduzido.