Dia das Mães (In Memorian)
Sempre vou me lembrar dos seus
olhos verdes,
Que me infundiam esperança pra
caminhada.
Como esquecer os passeios ao
locais floridos de que você tanto gostava?
Nunca o sol se punha no
Ocidente sem que eu a tivesse beijado, lembra?
Você foi minha maior
incentivadora nos estudos.
E sempre me encorajava quando
eu cogitava desistir.
Por isso dediquei todos os
meus diplomas, merecidamente, a você.
Ainda me sinto tocado por sua
desmedida ternura e seu amor pelo belo.
Herdei de você o gosto pelas
artes, especialmente a música e a poesia.
Longeva e lúcida você, aos
noventa, ainda recitava de cor longos poemas,
Proeza que jamais chegarei a
igualar.
Sabe? Sinto orgulho da mulher
que você foi; obrigado, querida!
Você me ensinou o que nenhum
dicionarista poderá jamais explicar:
O definitivo significado da
palavra “mãe”.
Lembro das suas vigílias
esperando minha chegada;
E de quando você me surpreendia
com a comida de que eu tanto gostava.
Com sua partida, os céus se
enriqueceram mas minha existência empobreceu.
Consola-me sabê-la aos pés
Daquele por quem você viveu;
E consola-me ainda mais a
inabalável certeza de que um dia estaremos juntos novamente;
E relembraremos felizes as
aventuras vividas neste mundo de Deus.
Até lá sentirei a inescapável
batida da solidão na porta da minha saudade:
Saudades de você, querida
mamãe!