quinta-feira, 7 de junho de 2012


                                    QUANDO O CALOR DA OLARIA REFRESCA!


                                          (repensando o verdadeiro valor da vida)




Então saíram os exatores do povo, e seus oficiais, e falaram ao povo, dizendo: Assim diz Faraó: Eu não vos darei palha. Ide vós mesmos, e tomai vós palha onde a achardes; porque nada se diminuirá de vosso serviço.  (Ex. 5.10,11).

A nossa proposta em escrever, alegoricamente, esse textículo, tem por objetivo manifestar uma insatisfação de vermos o povo que se reúne para cultuar e aprender das escrituras  recebebendo palha para fabricação de tijolos. Todavia, percebe-se como ele (o povo) passa a se identificar e gostar do que não presta. O verso acima mostra que o povo, agora,  tem que ir à procura de palhas para refrigerar a alma do seu líder no calor da olaria, chamado  “templos”, etc. Uma situação inóspita apesar de triste. Homens trabalhando com palhas secas, dando de si até o que não pode para que os tijolos sejam feitos a fim de atender os desejos jactanciosos  daquele que tem o poder.


Chamuscados pela quentura do ambiente eles não percebem o quanto estão sendo maltratados anos após ano sem que nada mude, sempre com a mesma palha.
Houve um momento que Deus se compadeceu desse povo e os tirou do Egito (Ex. 20.2). Liderados por Moisés no caminhar para outra geografia, outro local o povo reclama  do maná que veio do céu para alimentá-los. Diz o povo que era muito melhor estar no Egito, com Faraó. Lá se vivia melhor e com mais qualidade de vida, porque lá se goza com a dor. Há um prazer pelo trágico. Como canta Zé Ramalho: Ê, ô ô, vida de gado, povo marcado, ê, povo feliz (...) contemplam essa vida numa cela.


O  condicionamento na mente de pessoas que não querem pensar e vivem somente à  procura de satisfação, ao calor e barulho das  palhas “pregadas” e queimadas aos ouvidos, transforma-se em hábito e a seguir em costume, sentem-se como não tendo outro lugar melhor para ir. Isso compreende a todos os ambientes que se “cresce” sem conteúdo. É a rotina de viver em função do nada vezes nada. É como se fizesse uma pergunta ao povo: O que você tem aprendido ? E a resposta seria, “Nada”! Alguns talvez percebam que durante alguns anos têm sido enganados, “mas... estou viciado nessa cachaça e então...”


Melaine Klein, psicanalista certa vez relatou que há uma profunda identificação entre o cérebro e o intestino. E que muitas das vezes parecem exercer a mesma função. A colaboração dessa psicanalista a este pequeno texto é que não importa onde estejam as cacas, o importante é que elas precisam existir, pois também produzem combustão. Excrementos pegam fogo, logo, traz o resultado que se deseja. Tem que existir tijolos, não importa como é feito.



Vivas à palha e as cacas!  Revoltante exclamação.





A palha queimada  refrigera aos que detém o poder! Grande ironia da vida, mas não é diferente! A massa é ignorante e não consegue perceber como é usada, dando o resultado e não recebendo nada.